“Não é bastante ter
ouvidos para se sentir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro
da alma.”
(Alberto Caeiro)
“O silêncio não se restringe à simples ausência de som ou de barulho,
ele apresenta vários significados que vão da paz ao ócio e à solidão. Para a
psicanálise, o silêncio é uma importante fonte de estudos, pois sua caricatura
é o isolamento, a fuga de si mesmo rumo ao ruído e ao tumulto dos prazeres.
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.
Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Nossa
incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante da nossa arrogância e
vaidade: no fundo somos mais bonitos...”
(Rubem Alves, em O amor que acende a lua.)
"Percebeu que Tánger era dessas que o faziam falar com facilidade; dessas cuja conversa consistia em fazer perguntas adequadas e silêncios suficientes para que o outro tomasse conta da conversa. Truque hábil: você aprende e ainda por cima se sai bem, sem abrir o bico. Afinal de contas, todo mundo adora falar de si mesmo. Você é um ótimo papo, diziam depois. E não tinham aberto a boca." (Arturo Pérez-Reverte. In: A Carta Esférica, p. 391.)
"Falamos tantas coisas. Nossa fala é tão descuidada."
(Denise Aerts/Christiane Ganzo. In: A vida como ela é para cada um de nós, p.35.)