segunda-feira, 9 de junho de 2014

Trabalho

“Desconheço fato mais encorajador que a inquestionável habilidade do homem para elevar a vida através do esforço consciente.
(...)
Modificar a natureza do dia, eis a arte superior às demais. Compete a todo homem a tarefa de fazer a própria vida, inclusive nos pormenores, digna de contemplação”.
(Henry D. Thoreau. In: Walden, p.92.)

"A abelha fazendo o mel / vale o tempo que não voou."
(trecho da composição musical "Amor de índio" de Beto Guedes e Ronaldo Bastos)


“Tenho andado muito (...) e, em toda a parte, lojas, escritórios e campos, os habitantes me pareceram estar fazendo penitência de mil maneiras extraordinárias. (...) Os doze trabalhos de Hércules eram ninharias comparados com os que vizinhos meus têm empreendido, porque aqueles eram apenas doze e tiveram um fim, ao passo que eu nunca pude ver esses homens matarem ou capturarem monstro algum, nem sequer acabarem qualquer trabalho.
(...)
Por que começariam a cavar seus túmulos logo que nascem?
(...)
Contudo os homens trabalham à sombra de um erro, lançando ao solo para adubo o que têm de melhor. Por uma sina ilusória, vulgarmente chamada necessidade, desgastam-se, como se diz num velho livro, a amontoar tesouros que a traça e a ferrugem estragarão e que surgem ladrões para roubar. É uma vida de imbecis, como perceberão ao fim dela, se não antes.
(...)
As qualidades mais requintadas de nossa natureza, feito a pelúcia de certos frutos, só podem ser preservadas pelo manuseio delicado. E contudo, não nos tratamos assim ternamente, nem a nós mesmos, nem aos outros."
(Henry D. Thoreau. In: Walden, p.18-20.)


"O ano está no dia. O dia está na manhã."
(John Steinbeck. In: O inverno de nossa desesperança, p.13.)


“Na Grécia Antiga, a sociedade era dividida entre cidadãos, não-cidadãos e escravos. Os não-cidadãos e escravos eram considerados inferiores, cabendo-lhes tarefas braçais, tidas como indignas para os cidadãos. Com herança na tradição grega, os romanos denominaram ócio (otium) as ocupações com o trabalho intelectual, em oposição ao negócio (nec-otium, negação do otium), destinado a atender às necessidades de subsistência da sociedade. A dedicação ao ócio era, nessas sociedades, a atividade própria do ser humano, embora poucos tivessem acesso a ela.

O advento da sociedade capitalista exige a ampliação dos negócios. Vindos de uma classe habituada a trabalhar, os burgueses valorizam o trabalho braçal, a técnica. O trabalhador vende sua força de trabalho, e institui-se a moral do trabalho produtivo e do tempo útil, incutindo no ser humano uma espécie de “relógio moral”. É preciso dedicar-se a um trabalho que se transforme em mercadoria e traga lucros. O trabalho intelectual, anteriormente valorizado, passa a ser indigno; o ócio, antes necessário, passa a ser motivo de exclusão social.”
(trecho do texto “Saiba o que é e pratique o ócio criativo” de Monica Aiub)

"O canto do trabalhador: esse canto que devia ser um canto de alegria, soa apenas como um soluçar de dor." (da letra da música "Canto das três raças", composição de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro)

"Crescimento é um processo de tentativa e erro: experimentação. Os experimentos que 'não deram certo' são tão parte do processo quanto os que 'funcionaram'. Lições de moral não ajudam. Julgar também não. Apenas faça o melhor que puder."

(Twyla Nitsch)

"Um trabalho precisa ser acima de tudo uma opção de vida. Isto é o mais difícil. A técnica é o mais fácil." 
(do filme Fama)