"Uma amiga muito querida decidiu fazer um concurso (...). Ao longo do período que o antecedeu, fez tudo o que estava a seu alcance. Estudou, preparou-se, organizou a documentação necessária, enfim dedicou-se ao concurso. É certo que desejava entrar naquela instituição. No entanto, como isso não dependia dela exclusivamente, ao final de um árduo e cansativo processo, não foi selecionada.
Logo após a publicação dos resultados, quando falávamos sobre o acontecido, ela expressou sua tristeza por não ter sido selecionada, mas estava feliz por tudo o que aprendeu. Havia vivido o processo plenamente, tendo se dedicado da melhor forma possível naquele momento. Enquanto conversávamos, percebi claramente que o que me contava era um lindo exemplo para este livro, pois representava a escolha de um caminho e não de um resultado. Parece pouco claro? Ela não desejava ser selecionada? Certamente, ao escolher, sabia de seu desejo de ingressar na instituição e sabia, também, que seu ingresso não dependia exclusivamente dela. Então, fez o que lhe cabia. Dedicou sua atenção na preparação do concurso, viveu o processo, esteve aberta para os aprendizados que são proporcionados quando estamos presentes em nossas vidas e cresceu. Saiu mais si-própria do que quando entrou, independente do resultado obtido.
Minha amiga escolheu preparar-se para o concurso. Vivendo assim sua escolha, teve sucesso. Escolheu viver um caminho, em vez de esperar por um resultado."
(Denise Aerts/Christiane Ganzo. In: A vida como ela é para cada um de nós, p.35.)